Morre John Lennon pela trigésima vez em meu coração. Saudade daqueles tempos, daquelas épocas, na qual eu era bem mais o mundo; ou ele era bem mais a minha cara. Já não posso mais dizer que sinto isso da vida, da arte. Eu bem sei que ela nunca morre, pelo menos não em nós: arteiros e fieis dela. O mundo já não é mais o mesmo. Eu mesmo me tornei duro e saliente; às vezes até ranzinza. Preciso ser forte!
Sem mais fé ou dó pelo que vem... e vem. Que venha bem e até lá? Que meus filhos deitem no chão ao ouvir o vinil do John comigo! Eu tenho medo do que virá, e impavido estarei ao lado dos meus para sempre relembrar do que se foi e sonhar pelo que poderá vir. . .
John Lennon nunca mais. Mas sim em acordes e melodia no meu coração.
Carlos Drummond de Andrade se referiu certa vez ao mundo numa estrevista, dessa forma:
"- Pedro, se se parar de fabricar automóvel e produzir alimentos... o mundo acaba. Mas se parar de produzir sonata ou poema... o estoque dá para alimentar a humanidade para o resto da vida (....). O homem já se realizou na arte. O homem já disse tudo o que podia dizer. Onde outros colocam Deus eu coloco a obra de arte. Quem não acredita em Deus ainda pode acreditar em Mozart."
O homem se realizou na arte e disse tudo! Que mais homens digam sempre mais... não dá pra cessar.
Há 30 Anos mais um deles para de produzir arte e se vai...
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